domingo, 27 de junho de 2010

GRIOT O CONTADOR DE HISTÓRIAS QUE GUARDA TODOS OS SEGREDOS DO POVO AFRICANO









Numa cultura oral como a africana, o GRIOT conserva a MÉMORIA COLETIVA. Por isso, é costume dizer-se que «quando na África morre um ancião é uma biblioteca que desaparece». A figura do griot tem uma enorme importância na CONSERVAÇÃO DA PALAVRA, da narração, do mito. Na prática, eles funcionam como escritores sem papel nem pena. Ortografam na oralidade aquilo que deve permanecer embutido na memória e no coração dos seus familiares e conterrâneos, no sentido de manter incrustada a identidade do seu ser e das suas raízes, fundamentada, em grande parte, no seu passado e nos seus predecessores.Os griots são os guardiães, intérpretes e cantores da História oral de muitos povos africanos. Todos eles possuem uma função social bastante semelhante e de grande relevância.Os griots cantam a história épica da África e os mitos dos diferentes povos, ou elogiam os méritos dos heróis e personagens do passado, geralmente acompanhados por instrumentos vários musicais, como a kora ou o xilofone. No passado, os griots eram contratados por reis e príncipes para enaltecerem as suas qualidades com cânticos durante as cerimónias sociais da corte Todavia, por vezes, também sabiam criticar os seus mecenas com fina ironia. Pelo papel social que desempenhavam na corte, os griots gozavam de grande prestígio entre a sociedade tradicional africana. Eram imensamente estimados pelas suas capacidades musicais e poéticas, recebendo boa retribuição pelo seu trabalho. Por esse motivo, quando morriam, não eram sepultados, sendo o seu cadáver colocado dentro do tronco oco de uma árvore gigantesca chamada BAOBÁ (é aquela espécie que enfeita o livro Pequeno Príncipe,e que temos a honra de termos uma aqui em NATAL) depois então era coberto com ramos, para que suas histórias e canções pudessem continuar brotando e alegrendo todos aqueles que a consumisse. Massa Makan Diabaté, um dos griots mais importantes do nosso tempo, compara o griot à KORA, INSTRUMENTO DE 21 CORDAS: as sete primeiras tocam o passado; outras sete o presente; e as últimas sete o futuro. Por isso, o griot é testemunha do passado, cantor do presente e mensageiro do futuro. OBSERVEM: _No século 13, Sundiata Keita lutou contra o tirano Suamoro Kantê, que dominava região localizada na Costa Oeste do Continente Africano.Da Batalha de KIRINA, como ficxou conhecida, surgiu o poderoso Reino do Mali, do qual SUNDIATA foi o primeiro Imperador. Para que essa história pudesse chegar aos nossos dias, foi sendo ininterruptamente transmitida oralmente pelos griots, os guardiões da memória histórica nessa região da África.

Nenhum comentário: